
“A Petrobrás tinha pouca gestão na empresa, mas quem entende da área de petróleo somos nós, quem entende de petroquímica somos nós, quem opera nove das refinarias brasileiras somos nós”, declarou Magda Chambriard 1a4b35
A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, defendeu uma maior participação da estatal na Braskem, durante o lançamento do 10º Anuário do Petróleo do Rio 2025, promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na terça-feira (10).
Segundo Magda, “o acordo de acionistas é um ponto” a ser observado pela petroleira, mas entende que a estatal deve ampliar sua participação na “sexta maior petroquímica do mundo”.
“A Petrobrás tinha pouca gestão na empresa, mas quem entende de petróleo somos nós, quem entende de petroquímica somos nós, quem opera as refinarias somos nós”, disse a presidente da estatal.
Atualmente, a Petrobrás detém 36,1% do capital total da Braskem e 47% das ações ordinárias (com direito a voto). O controle acionário, no entanto, pertence à Novonor (antiga Odebrecht), com 38,3% do capital total e 50,1% das ações votantes.
A Novonor está em negociação para vender sua participação ao empresário Nelson Tanure, que propõe assumir indiretamente o controle via fundo de investimento, garantindo à antiga Odebrecht uma fatia minoritária de cerca de 3% no negócio.
“A gente não está pensando em estatizar a Braskem”, ressaltou Magda Chambriard. “Continua com ela como parte relacionada, não estatal, mas a gente quer participar mais da gestão da Braskem, porque a gente entende que a gestão atual não conversa com o nosso tipo de gestão”, completou.
Magda Chambriard também citou os planos de investimento da Petrobrás em ativos da Braskem no Rio de Janeiro, em especial na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e no Complexo Boaventura de Energias. “Tem um grande investimento previsto para lá. Estamos imaginando investir na Braskem para capturar sinergias do gás que vem da Rota 3 para a Reduc”, explicou.
Segundo ela, o projeto envolve R$ 25 bilhões, sendo R$ 4 bilhões direcionados à integração entre Reduc, Boaventura e Braskem. “Apostamos muito na eficácia da Braskem no Rio”, concluiu.
MARGEM EQUATORIAL
A presidente da Petrobrás também afirmou que a estatal não tem “vergonha” de produzir petróleo, e sim “orgulho da atividade”, ao afirmar que a empresa “continua insistindo” na exploração da Margem Equatorial – que é a nova fronteira petrolífera, que se estende entre o Rio Grande do Norte ao Amapá, com potencial de garantir não só a segurança energética no país, mas também deve reduzir a desigualdade social nestas regiões.
A estatal ainda espera a liberação do licenciamento ambiental, pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que impede a Petrobrás de avançar na pesquisa exploratória no bloco FZA-M-59, considerado de alto potencial petrolífero.
Na semana ada, o órgão ambiental realizou uma vistoria na sonda contratada pela Petrobrás para perfurar um poço em águas ultra profundas e a distância de 540 km da foz do Rio Amazonas. O equipamento já está a caminho da região para a fase de simulação, que avaliará a eficácia das medidas de resposta a acidentes ambientais.
“A expectativa agora é a simulação (de emergência). A sonda saiu daqui no dia 6, parou em Macaé para abastecer e seguiu”, comentou Chambriard.