
O Novo Acordo Rio Doce chega a R$ 170 bilhões para indenizações pelos crimes cometidos pela Samarco (sociedade entre a Vale e a mineradora anglo-australiana BHP), em 2015, em Mariana (MG) 53371d
O presidente Lula participou, na quinta-feira (12), de uma cerimônia sobre o Novo Acordo Rio Doce para indenização e reparação coletiva dos danos do rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015.
O Novo Acordo Rio Doce, que chega a R$ 170 bilhões para indenizações pelos crimes cometidos pela Samarco em 2015, prevê programas de transferência de renda, reparação de áreas degradadas, pagamento de indenização aos afetados, entre outras coisas.
Lula assinou o Protocolo de Intenções para a construção do Hospital Universitário de Mariana. “Ele vai ser importante para os estudantes da área de saúde, para Mariana e para todos os municípios aqui da região. Esse hospital é resultado tanto da demanda popular quanto da gestão municipal. Um exemplo claro da participação social na definição de prioridades para a reparação dos danos que esta cidade sofreu”, disse o presidente.
Em discurso, Lula enfatizou que “esse país não vai cair na mão da extrema-direita”. “Só pode ser coisa de Deus, gente, não tem outra coisa para explicar. E não é virar presidente. É virar presidente uma, duas e três vezes. E se brincar vai ter a quarta vez”, disse em tom descontraído.
“Esse país aprendeu a gostar de democracia e vamos fazer a democracia prevalecer”, sublinhou.
Também participaram do evento o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foi chamado por Lula como “futuro governador”, os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Meio Ambiente, Marina Silva, entre outras lideranças.
Segundo Silveira, “o presidente Lula assumiu o terceiro mandato com um compromisso: repactuar o Acordo de Mariana, torná-lo mais justo para todas as suas vítimas”.
“Sabíamos que não haveria compensação para as vidas perdidas, para as comunidades destruídas e para o dano ambiental causado pelo rompimento da barragem. Até nosso patrimônio histórico e cultural foi arruinado”, continuou.
O Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Marina Silva, receberá pelo acordo R$ 8 bilhões para ações de monitoramento e conservação ambiental, criação de unidades de conservação e outros projetos.
Para Marina, “é fundamental aprendermos que o custo do reparo é incomparavelmente maior do que o custo do cuidado”.
A ministra destacou que o caso não “foi um desastre”. “O que aconteceu aqui foi uma tragédia em função de um crime ambiental. O Ministério Público avisou, as autoridades ambientais sempre avisaram, mas nunca deram ouvidos para fazer o que precisava ser feito”, disse.