Polícia londrina proibiu manifestação com concentração prevista diante da sede da BBC. O ato, agora vetado, deveria ser encabeçado pela Campanha de Solidariedade à Palestina e é para “protestar contra o viés pró-Israel” da emissora e para apoiar a urgência do cessar-fogo em Gaza, entrada do socorro humanitário, interrupção do genocídio e retirada israelense
Deputados britânicos, sindicatos, a Campanha de Solidariedade à Palestina e centenas de judeus britânicos, incluindo juristas e lideranças culturais, além de sobreviventes do Holocausto, exigiram que a Polícia Metropolitana de Londres reverta a proibição de uma manifestação pelo cessar-fogo em Gaza, marcada para se iniciar diante da sede da BBC, no próximo sábado (18), e que irá marchar até a Whitehall, sede do governo.
Na sexta-feira, parlamentares de vários partidos, juntamente com figuras culturais e ativistas, am uma declaração pedindo à polícia que permitisse que a marcha prosseguisse. Eles incluíram a co-líder do Partido Verde Carla Denyer, o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn e Steve North, presidente do maior sindicato da Grã-Bretanha, Unison.
A marcha é ainda mais imprescindível, quando mediadores como o Qatar e o Egito acreditam que possa vir a ser assinado um acordo de cessar-fogo e de troca de presos.
O início do protesto do lado de fora da sede da BBC é para “protestar contra o viés pró-Israel de sua cobertura” – isto é, pró-genocídio e pró-apartheid.
A rota original havia sido anunciada publicamente em novembro pela Campanha de Solidariedade à Palestina e sido previamente acertada com a autoridade policial.
A partir da repercussão do desmascaramento da parcialidade da BBC contra as vítimas palestinas, grupos pró-apartheid israelense e um rabino aram a pressionar pela mudança de percurso, sob o pretexto de que aria perto de duas sinagogas.
Mais de 700 judeus britânicos discordaram dessas alegações, assinando uma carta aberta em que pedem à polícia que permita que a marcha ocorra ao longo da rota originalmente acordada. Entre os signatários, a atriz Miriam Margolyes, o comediante Alexei Sayle e o cantor e compositor Leon Rosselson. Também os advogados seniores Sir Geoffrey Bindman KC e Sir Stephen Sedley KC, assim como muitos sobreviventes do Holocausto.
A carta condena “uma tentativa orquestrada de retratar as marchas como uma ameaça para aqueles que frequentam as sinagogas”, acrescentando: “Como judeus, estamos chocados com essa tentativa descarada de interferir nas liberdades políticas duramente conquistadas, evocando uma ameaça imaginária à liberdade de culto judaica”.
A carta observa ainda: “Não há casos comprovados de sinagogas ou fiéis que tenham sido alvos de alguma forma pelos participantes de marchas”. “Os participantes judeus, especialmente no Bloco Judaico que chega a centenas e milhares, não se sentiram ameaçados, mas sim calorosamente recebidos por outros manifestantes”, acrescenta.
CHICAGO E WASHINGTON NA RETOMADA DO MOVIMENTO NOS EUA
Do outro lado do Atlântico, em Chicago manifestantes foram às ruas na segunda-feira (13) para exigir o fim do genocídio em Gaza e para apelar ao parlamento estadual para que aja com celeridade para apoiar um cessar-fogo imediato e duradouro em Gaza que salve os civis, retorne às suas casas as pessoas deslocadas sob ameaça da ocupação e que acelere a ajuda humanitária e alimentar urgente à população do norte de Gaza.
Na véspera, na capital dos EUA, Washington DC, ativistas e equipes médicas protestaram pela imediata libertação de todos os profissionais de saúde palestinos detidos pela ocupação israelense, particularmente aqueles de hospitais destruídos pelas forças de Netanyahu no norte de Gaza.
As centenas de manifestantes exigiram que os EUA pressionassem o governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu para libertar médicos e profissionais de saúde palestinos que foram sequestrados enquanto cumpriam seus deveres humanitários, tratando civis, feridos e doentes, inclusive o Dr. Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, que foi invadido e desativado pelos israelenses.
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